A escola pode contribuir para a análise da prática cotidiana e da realidade concreta vivida pela comunidade, criando condições para que ela entenda a realidade mais imediata como manifestações estruturais. Esse processo permitirá construir um conjunto de explicações, propostas e possibilidades para sua transformação, para sua superação. A escola pode ser a grande mediadora do conhecimento necessário à comunidade, para que ela possa construir realidades mais humanas para viver.
Como afirma Paulo
Freire, o conhecimento
não é neutro. A relação pedagógica, a vivência daquilo que nos caracteriza como
humanos: pensar, refletir, avaliar, projetar, propor, recriar, agir sobre a
realidade. A relação autoritária exclui e impede que todos sejam sujeitos do processo educativo. Então, pode-se
dizer que uma das razões que explicam a importância da democracia na escola é
que não há relação verdadeiramente pedagógica estruturada em bases
autoritárias. A democracia é condição para a existência da relação pedagógica
(PARO, 1993).
Podemos e devemos fazer da escola um espaço de promoção e da vivência dos valores da
liberdade, da justiça, da solidariedade, da cooperação, da tolerância e da paz.
Criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades, costumes, atitudes,
hábitos e comportamentos que respeitem o direito à vida. Propiciar aos
educandos o desenvolvimento da capacidade de perceber as conseqüências pessoais
e sociais de suas escolhas. Construir o senso de responsabilidade. Tornar o
cidadão participante, crítico, responsável e comprometido com a mudança das
práticas e condições da sociedade que violam ou negam os direitos humanos é
fundamental para um país democrático e justo.
Segundo Paulo Freire, educar é promover a capacidade de ler
a realidade e de agir para transformar o sentido a vida cotidiana. Para isso, a
educação não pode ignorar o contexto do educando, nem o conhecimento pode ser
construído negando o saber dos alunos. Daí a importância da leitura do mundo. O
diálogo
é condição para o conhecimento. O ato de conhecer se dá em um processo social,
e é o diálogo o mediador desse processo. Construir princípios de convivência
é construir condições para a formação da cidadania. Os princípios de
convivência devem levar em conta que o lugar e o tempo de aprender não se separa do lugar e do
tempo de ensinar. Onde e quando se aprende também se ensina. Os círculos de
cultura trazem a prática de cada um, a sua vivência, a sua história, os saberes
dos educandos permitem a reflexão sobre eles a ampliação do conhecimento. O
papel do educador é dar sentido a essa construção.
Referencias
Bibliograficas:
PAULO FREIRE. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à
prática pedagógica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
PARO, Vitor Henrique. O conselho de escola na democratização
da gestão escolar. In: Maria Aparecida Viggiani Bicudo; Celestino Alves da
Silva Júnior. (Org.). Formação do educador e avaliação educacional: organização
da escola e do trabalho pedagógico. São Paulo: Unesp, 1999, v. 3, p. 209-218.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Plano de
Ensino-Aprendizagem e Projeto Educativo – elementos metodológicos para
elaboração e realização. São Paulo: Libertad, 1995. (Cadernos Pedagógicos do
Libertad, v. 1)